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Tuesday, December 30, 2008

slowly...

Eu sempre estive acostumada com duas coisas em mim: Minha constante distração do mundo a minha volta acompanhada de uma introspecção não tão solitária quanto a da maioria das pessoas normais, e meu particular vazio, desprovido de um interesse mais humano e sincero pelas coisas que...normalmente, atraem as pessoas. Mas alguma coisa mudou. Mudou drasticamente, talvez.

Estou em Maricá, Rio de Janeiro. Devo passar doze dias nesta casa de praia em que me encontro. Hoje é, apenas, o segundo dia. Já está sendo mais difícil do que ontem. Minha distração usual não variou muito. A minha introspecção é que se tornou solitária...na maior parte do tempo. É um pouco confortável. Minha constante companhia está de recesso. Férias de verão para o meu serial killer imaginário (é impressionante essa capacidade de debochar de mim mesma).

O quê realmente mudou foi aquele vazio; aquele que era sempre acompanhado de pacotinhos descartáveis de emoções. Nada muito prolongado. Nada muito real. Este vazio que sinto agora é totalmente diferente. Ele está preenchido de uma gama de sentimentos verdadeiros e profundos. Não estou acostumada a isso. Mas é o que eu denominaria com bastante segurança de... saudade.

Em pensar que quando eu estiver de volta a minha cidade terei, apenas, prováveis 13 dias para tentar aniquilar esta saudade, até que tenha de partir...Me mudar, enfim. E quando penso nisso é como se um outro vazio, um buraco, cheio de uma outra remersa de sentimentos muito parecidos, porém mais intensos do que os primeiros, surgisse e começasse a dar um nó na minha garganta e umidecesse meus olhos mais do que o necessário.

Ficar nesta casa por esses dias não deveria ser tão ruim. Mas é complicado quando se sabe que as convenões sociais não te permitem relaxar. Preciso interagir com estas pessoas. Para mim não é difícil. Na verdade, agradar as pessoas e fingir que elas me agradam é a tarefa mais simples que existe. Mas não é confortável. Ninguém disse que todo mundo gosta de fazer aquilo em que é bom. Mesmo assim, alguns elementos da convivência com indivíduos relativamente estranhos podem ser "tricky". Te pegam de jeito. Por exemplo:

Eu não como carne. CARNE. Isso implica frango, presunto, salsicha, etc. Sentar numa mesa de carnívoros para mim nunca foi problema. Até porque...faz tempo que eu sentei numa mesa só de carnívoros fervorosos. E quando isso aconteceu, eles comiam carne de boi. O que não me incomoda tanto assim assistir. O que me incomoda de fato, é esse meu nariz supersensível. O cheiro da carne bovina só é forte quando ela ainda está sendo preparada... Mas hoje na mesa, todos devoravam um peru gigantesco. Eu estava feliz com minha salada. Mas aquele cheiro... Me dava náusea. E eu não pude deixar de notar como era animalesco...ou deveria dizer - humanesco"? - aquele comportamento... dilacerando o pobre do peru. Eu só me esforcei para prender a respiração o quanto podia. Só lamentei não ter saboreado melhor a minha salada com farofa e arroz... Eu preciso do meu olfato para sentir melhor os sabores. Bem, fui a primeira a terminar e escapulir, o mais rápido possível, da mesa.

Sem dúvidas estes serão longos e temerosos dias. Ainda tenho 10 pela frente. E um livro e meio para me ajudar a enfrentá-los. Sem falar no laptop do Seh...Obrigada!!! Eu amo você! Mas é cruel que tudo tenha seu cheiro. É torturante essa falta da presença física... embora esteja sempre presente.


10 days left.

Wednesday, December 24, 2008

Inkheart

Grafite

Twilight



Aquarela
Blood red Rain Deep Blue



Desenhos velhos, com novas melhoras em photoshop.

Monday, December 22, 2008

Poesia

Latrina
Nesta cabine solitária
Onde a vaidade se apaga
Todo fraco faz força
Todo forte se caga

Friday, December 19, 2008

R.I.P

Não mais respirava, nem se mexia. No entanto, parecia dormir tranquila. E cheirava a margaridas... Brancas. E eu nada sentia. Nada que transcendesse os cinco sentidos básicos.
O caixão era muito pequeno e...muito pesado. Meu irmão não tinha forças emocionais para ajudar a carregar. Eu carreguei.
Missa. Pernas balançando, olhar ansioso, braços cruzados. A missa é a parte mais difícil. É sempre difícil fingir dentro daquelas paredes cheias de olhares de penitência e palavras ecoando falsa salvação. Uma hora. Uma eternidade. Quase todos choram, mas todos rezam. Eu me concentro em fingir como posso. Mas nada de acompanhar as orações. Sentar "paciente" e levantar ao comando é o suficiente. Com meu maior esforço.
As palavras mais religiosas que pronunciei: "Deus me livre". Quando, após subir ladeiras e mais ladeiras levando o caixão, chegamos ao cemitério e assistimos taparem a cova com tijolos e cimento. Foi a primeira frase espontânea do dia.
Enfim, acabou. O que fazer depois? Assistir DVD novo do Linkin Park.
Por enquanto, é como eu encaro a morte. Fria e estéril como o próprio moribundo.
Se Maria Elisabete se foi...que tenha ido em paz. Se não foi, que vá logo. Se simplesmente acabou, ótimo - no meu ponto de vista.

Monday, December 15, 2008

2x2

"Just 19 and dream obscene with six months off for bad behaviour" - Special Needs

Meu irmão me trocou por dois sacos de gelo. E eu fui, feliz, comer sanduíche de atum com meu namorado MUAHAHAHAH!!!*risada maléfica*.

Eu- Posso sair para comer algo com o Sérgio?
Irmão- Se ele trouxer dois sacos de gelo eu te dou até o dinheiro pra você lanchar.

Adoro quando acaba o gelo do whiskey. Pensando bem...ainda bem que acabou o gelo e não o whiskey.

Pai- O QUÊ!? Você deixou ela sair por dois sacos de gelo!?
Irmão- Tem razão. Devia ter pedido dois litros de whiskey que ele trazia.

Isso é que é vida. Fugir pra comer sanduíche de atum na casa do namorado, depois de assistir madagascar 2 e ir para o parque pra ver o finalzinho do show de Mutantes (de graça). Melhor do que isso, só com pizza de atum ;)


[orkut] Sorte de hoje: A maior barreira para o sucesso é o medo do fracasso... na cama!

Friday, December 12, 2008

Erotic Saints

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"Until we all are grown apart
We live our lives the way we want
Until we all are torn apart"

Thursday, December 11, 2008

Sometimes I...

Há dias em que eu acordo quieta. Não dá vontade de falar, não dá vontade de fazer nada. Ás vezes essa sensação só aparece à medida que o dia vai se estendendo. Ás vezes dá vontade de chorar sem qualquer motivo aparente. Só pela vontade de chorar. Ás vezes, quando falo em chorar, já estou chorando. De vez em qaundo eu quero cortar o cabelo e ficar mais bonita. Ás vezes eu nem quero pentear o cabelo depois de acordar. E vestir uma roupa legal só pra sentir o estilo. Mas, ás vezes, só quero ficar de pijama ou sair com uma camisa velha e havaianas. Ás vezes eu não gosto de ponto parágrafo. Ás vezes eu não gosto de pontos, mas ás vezes eu vejo pontos demais. Ás vezes eu sou eu. Ás vezes eu sou ele. Ás vezes eu não sei quem sou. Hoje eu sei que não sou ninguém em especial, além de Raíssa. E não quero fazer nada em especial a não ser sair com Fred e Matheus para dançar na maquininha de Pump it! e quem sabe...cortar o cabelo. Mas eu não tenho certeza se quero cortar o cabelo, porque, ás vezes eu gosto do meu cabelo do jeito que ele está, mas, ás vezes, eu não gosto do meu cabelo de jeito nenhum. É sempre bom ficar sozinha(embora eu nunca esteja completamente só). Mas, agora, é melhor estar com o Seh... Ás vezes eu gosto dele sorrindo, falando, dando gargalhada. Ás vezes eu só o quero quieto, sério e em silêncio. Ás vezes eu gosto do silêncio. Mas, ás vezes, eu só quero gritar. Eu nunca gosto quando me tocam. Mas, ás vezes, toda regra tem uma exceção, um momento, uma pessoa. Eu nunca gosto quando um estranho me toca. Mas, ás vezes, eu não gosto quando minha mãe me toca. Eu não gosto quando o Seh não me toca. Então... ás vezes eu não me entendo. Ás vezes eu não quero entender! Ás vezes eu penso que é hora de acabar. Mas, ás vezes, eu só quero continuar escrevendo. Então... ás vezes eu não sei o que fazer. Ás vezes eu não quero saber.

Tuesday, December 09, 2008

REACHLESS

Breathless

Je suis trés content! Pour quoi? Suddenly I see... I see she's a beautiful girl. She dresses black and white and she laughs at any pretty and funny thing. Suddenly I see; Elle est trés content. C'est quoi importe! C'est tout et c'est tout de rien!
She's happy when the wind blows and the flowers grow. Quand je pleure et quand je souris...I can see he's a beautiful boy. What? Beautiful!? Oui. Much more than handsome. Suddenly I see... Why you mean so much to me. Je t'aime!


...



Estou muito feliz por meu namorado ter feito um blog também. E fiquei mais feliz ainda por ter ajudado em alguma coisa. Check it out!

tentando perceber o imperceptível


with love,

R.N.

Thursday, December 04, 2008

The Man in Black


Hell Way

As I walked through the hall way
Looking back
I saw a man in black
Alas, he wasn't there today
Oh, how I wish
how I wish he would stay

R. Nightingale

Wednesday, December 03, 2008

Filling My Empty Room

coisinha de criança ^^ Eat well, read well.


Vou te dizer, meu caro amigo, que depois de tantos anos(pois não posso contar nos dedos das mãos), é bom poder sentir. Sentir de verdade. Sentir algo real e tangível. Sentir-te.

Ops, I'm in love.

Estou enchendo um quarto, antes vazio, de sentimentos. Amor, alegria, tristeza, saudade. E qaundo eu partir... vou encher a mochila. Porque tem o suficiente para ocupar todo o conjunto imobiliário de uma nação. ^^

E eu não preciso temer, certo? "Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás", já dizia Che Guevara. Eu devo me render, agora, a esta frase, e sem ter o orgulho ferido. Até já posso ver as mudanças acontecendo. Todos podem. E se é pra mudar no real, a gente muda no virtual também, nessa vida transcendental que a gente leva na era tecnológica. Pixel por pixel. Do pó ao pó. Então, comecei por mudar o blog. Nem melhor, nem pior. Diferente. Ao contrário do real, que melhorou bastante.

Bom, então vamos aos agradecimentos:

Obrigada Seh, por me fazer tão feliz.
Thanks to Werehouse, pela foto do layout.
Obrigada Lay, por me fornecer a trilha sonora perfeita pro meu trabalho.


ORKUT
Sorte de hoje: O pessimismo nunca ganhou nenhuma batalha...na cama.

Tuesday, December 02, 2008

[F]urnication [U]nder [C]onsentment of the [K]ing

ui!

Tudo nessa vida já vem embutido com um rótulo, um descrição, uma bula, manual de instruções ou... Um Duplo Sentido. Sim! Um duplo sentido, seja ele subliminar ou discarademente exposto, ele está lá. Basta acrescentar o tom certo e se tem o efeito desejado (ou indesejado).

Isso é bastante interessante. Digo porque é possível ver até o mais certinho e imaculado dos santos perdendo a postura diante de uma situação desconcertante, como essa de brotar algo impróprio de uma frase inocente.
Mas eu, como boa marota que já vive no meio da selva caótica da puberdade, decidi permutar alguns significados semânticos de dterminadas palavras. Isso evita constrangimento pra mim, pra quem está ouvindo e...dá o maior nó na cabeça de quem está em volta.

É aquela coisa...Se eu te chamo para ir a uma festa, é porquê vamos a uma suruba. E se te chamo para ir a uma suruba é porquê vamos a uma festa! E fica tudo beleza. Quando não...Posso simplesmente chamar meu namorado para comer uma pizza de atum e tudo vai depender do tom, do olhar e da intenção que ficará pairando no ar. MUAHAHAHA (risada maléfica).
Piadas internas também vem a calhar. Mas estas dependem de convivência e intimidade. Algo difícil de se adquirir nos dias de hoje.

Mas também dá pra ser paranóico e ver uma mensagem subliminar em tudo quanto é filme infantil, propaganda de tv ou dvd da xuxa (esse tem mesmo!>.<). Sem falar nos tarados-secos de carteirinha. Esses que enchergam duplos sentidos até onde e quando não existe nenhum. Mas no caso deles está tudo na(s) cabeça(s). São aquelas criaturas que deveriam ser estudadas por descobrirem que seus pênis tem vida própria e são mais inteligentes do que eles.

Quem é que nunca viu aquela cena do Rei Leão em que Simba cai na grama e um monte de pozinho sei lá o quê sai flutuando e forma a palavra SEX no ar!? Esse é o menos pior. Mas é claro que também temos os espertinhos do pedaço, que fazem questão de fazer piadinhas subentendidas. Akira Toriyama, o renomado mangaká que escreveu Dragon Ball, por exemplo, adorava uma mensagem subliminar satânica ou pornográfica. Mas também gostava da pornografia e satanismo explicito(adoooro)!!...
É nunca vou me esquecer de que a filha do Mr.Satan, lutador famoso de Dragon Ball Z, se chamava Videl. Pra quem não percebeu: é um anagrama de Devil, ou demônio.

Eu levo tudo no bom humor. É divertido. Mas... cada doido com sua loucura, certo? Eu tive uma amiga evangélica que os pais obrigaram-na a queimar todas as fitas de video da Disney que ela tinha. Coitadinha, acho que só tinha uns 6 anos. Na idade dela, meu filme predileto era o Drácula de Bram Stoker e a melhor cena era a do Keanu Reeves sendo comido(com seus originais e duplos sentidos) pelas três noivas do Drácula.
Como eu ia dizendo... cada um na sua e a amizade continua.

Mas bom é isso mesmo. Sex, Chocolate and Rock 'n' Roll. BOM DEMÁS (olha a piada interna aí). E o melhor que eu posso dizer agora é:


Pizza de atum, amor?


Au revoir.

Monday, December 01, 2008

Twilight Aurora

Engraçado...lembrei que tinha escrito uma estorinha dessas de fórum(fanfiction ou whatever) no antigo(mas não velho) forum do Yatta! e decidi ir lá resgatar a historinha. Por sugestão, inconsciente e indireta, do meu sábio namorado que uma vez me disse: "essa galerinha jovem não faz backup de nada". Mas o que há de engraçado nisso? É que ele me deu de presente da aniversário um livro sobre vampiros chamado "Twilight"(Crepúsculo) e veja o título da estória, que inusitado: Twilight Aurora.
Não era nada de mais, realmente. Apenas algo que "vomitei" alí mesmo na página do fórum. Mas foi minha primeira experiência descrevendo uma batalha. Pra mim foi um total fracasso. Mas foi divertido. Claro que os leigos do mundo dos vampiros vão ficra meio perdidos no contexto da estória.

Bem...isso não é bem um backup. Mas no meu blog vai estar mais seguro que largada às moscas no fórum. Então...fasten your seat belts e abre aspas.

"Canto I - A Marcha das Criaturas fora do Tempo

Idade das Trevas. Durante a Revolta Anarquista.

Não foi há tanto tempo. Quando nós estávamos de volta ao começo, e ali ficamos... Esperando o inverno trazer com suas brisas gélidas boas novas sobre um fim menos miserável. Porque nós estávamos caindo em direção a este e já estávamos cansados demais para nos darmos conta. Mas os farrapos de esperança que nos restaram não eram suficientes para mais nada além de suprimir momentaneamente nosso emergente desespero, embora nos dessem força para continuar esperando.

Estávamos consumidos pelo cansaço, pela solidão, pelo frio, pela infindável dor e agonia... Pelo medo, pois tínhamos medo, apenas não podíamos entrar em pânico. Não cabia em nossos modestos direitos.

Estávamos em guerra há uma interminável marcha de anos, décadas, milênios. O tempo não era capaz de nos alcançar. Estávamos em guerra com nós mesmos desde o dia em que (re)nascemos e sentimos ainda com os corpos nus, os horrores que a simples existência já guardava para nós. E digo isto por aqueles afortunados que atravessaram a infância ou o quase traumatizante ofuscar do momento do parto ou do abraço, tendo ficado feridos e até inválidos, porém vivos.

Estávamos em guerra com o mundo e com tudo que possuísse matéria... e tudo que existisse pois, embora tivéssemos matado todos os ídolos, ainda restavam os sentimentos. E estes não nos valeriam de nada, pois nunca fomos humanos, tampouco animais. Talvez não fossemos sequer átomos. Éramos únicos e éramos poucos. Existíamos por razões desconhecidas, mas não pertencíamos a ninguém e não viemos ou iríamos a lugar algum. De repente, já não tínhamos certeza se existíamos. Mas uma coisa era certa... Onde quer que nós estivéssemos, afetaríamos a tudo e a todos.
Enfim, erguemos nossas lâminas afiadas pela dor e unimos nossos escudos endurecidos pela experiência, e marchamos ritmicamente em direção ao tão esperado fim que jamais chegara para acalentar nossas almas (se é que as temos). Então que seja. Até que esteja findo. Caminhamos em direção ao crepúsculo.


Zion.


Canto II - Alvorada


Idade Contemporânea. Winter. Londres, Inglaterra.

De calça jeans, blusa preta ao estilo gótico, tênis all star com cadaços cheios de desenhos de pequenos crânios e mal agasalhada em pleno inverno londrino, encontrava-se Aurora, em um beco escuro e úmido. Caminhava em direção ao Moonlight Mile, o antro mais clássico de vampiros, demônios, garous e criaturas tanto do dia quanto da noite, que já não andam abertamente entre os seres humanos nesta nova era antropocêntrica(ou assim se faz parecer).
Aparentemente não passava dos 20 e poucos anos de uma jovem saudável. Mas um fitar de olhos seria o suficiente para perceber a longa marcha de anos, décadas, séculos...que ela havia percorrido rija e inabalável.
Quanto tempo tinha agora? 300 anos desde o abraço?... Obviamente era dotada de uma experiência refinada.

O Sol começava a se levantar por trás das nuvens, bem às suas costas. Ela parecia não dar muita importância, mantinha o passo firme. Mas não havia mesmo com o que se preocupar, já estava próxima da segurança.
Por fora, realmente, o Moonlight Mile, pareceria um pub qualquer....e por dentro também. O que importava mesmo eram os fundos e o subterrâneo.

O dia começara...

Aurora entrou no Dimitri's Café e seguiu até a porta dos fundos onde lia-se em letras claras e grandes V.I.Ps (Vampiros, Imortais, Psíquicos e sobrenaturais em geral. Dimitri era dotado de um humor obscuro). Passou pela porta onde seguia um corredor de tijolos, estreito e escuro onde ao fim não havia saída...apenas um espelho. O Seele Spiegel ou Espelho da Alma. Esta era a verdadeira entrada para o único lugar onde uma única regra era válida: não há regras(teoricamente falando).
Aquele que se prostrar diante do espelho verá a sua alma em seu reflexo. Mortais comuns não resistem a este olhar e acabam tendo suas almas aprisionadas no espelho. E mesmo o mais inabalável dos imortais, perde a postura após olhar para o espelho por mais de 10 segundos.
Mas Aurora tinha passe livre pelo espelho...ela podia simplesmente atravessá-lo e chegar ao outro lado como se fosse uma porta qualquer, e assim o fez. Isto é por que ela pertence ao clã de vampiros conhecido como Lasombra. Estes vampiros, manipuladores das trevas, não possuem reflexo...e acredita-se que a própria matéria que os constituem em corpo e alma é feita de sombras. Alguns chegam até mesmo a acreditar que estes seres não possuem alma. Adentrar a escuridão é um luxo do qual Aurora podia usurfruir...constantemente.

Eis o bom e velho caos encarnado. Vampiros e garous jogando pôquer, médiums se embebedando, demônios estuprando fadas em melodiosas paródias sexuais em quartos privados...
O Moonlight Mile organizava-se mais ou menos assim... No primeiro andar a pista de dança, o bar, a área pública. No segundo andar, quartos e áreas reservadas. No subsolo... a gaiola.
No subsolo não há uma lei que governe...e não há um regente. Mas todos sabem que lá dentro seitas, como as vampíricas Camarilla e Sabbat, não valem nada! ou que sua autoridade servirá apenas a ti próprio. Cada um mantêm suas próprias tradições a gosto. Mas se algo acontece nos outros dois andares, e alguém quer acertar as diferenças... é para gaiola que eles vão. Um ring onde a luta acaba com a submissão ou com a morte. Uma vez dentro dele...vale tudo!
E era para lá que Aurora seguia.

Centenas de criaturas agarravam-se as grades, gritavam, praguejavam e amaldiçoavam ordenando que a luta começasse. Um homem alto e robusto, vestindo um sobretudo e uma calça de couro preto, estava parado, leonino, no centro da gaiola sem dar a mínima para aqueles animais em volta.
Aurora agarrou-se na grade próxima a porta e com um impulso adentrou o ring...observou o homem de costas para ela por alguns breves segundos e estalou os dedos, deixando escapar um sorriso discreto e maquiavélico.
"Está atrasada!", disse o homem, virando-se para ela.
Ela permaneceu em silêncio, apenas a fitá-lo com aquele olhar afiadamente penetrante.
Finalmente ele avançou em sua direção rugindo em frenesi. E ela graciosa e velozmente saltou desviando e agarrando-se nas grades do topo, mas olhando para seu adversário.
"Esta luta é desnecessária, Gerard! Desista!", ela disse com um tom de benevolência.
O homem foi tomado por um acesso de raiva, um surto de fúria indomável.
"AURORAAAA!!!!!!!"
"Então que seja", pensou Aurora, largando-se das grades e caindo de braços abertos em direção ao vampiro. Ele saltou em sua direção e os dois chocaram-se de frente, ambos usando suas disciplinas de Potência, caindo no chão da gaiola. O Brujah, Gerard, virou-se por cima de Aurora e socou-a, afundando sua cabeça no chão e em seguida envolveu seu pescoço e a ergueu até que os pés não tocassem mais o chão, em frente a si.
"Quem é que vai desistir agora, hein!? Sua vadia desgraçada!!"
Aurora tentava recobrar os sentidos enquanto ouvia a voz, que mais parecia um rosnar, do vampiro.
"Isto é por Salomé e os outros!", disse o vampiro abrindo o punho direito e esticando o braço para trás, preparando-se para perfurar o coração de Aurora com a própria mão.
"Eu avisei..." disse Aurora abrindo os olhos, agora completamente negros, e abrindo a boca ferozmente, fazendo seus caninos crescerem. E em uma fração de segundos, ela usou a mais poderosa disciplina dos Lasombra, a Tenebrosidade. Tendo escolhido a Escuridão Interior como seu golpe, ela expeliu pela boca a suas próprias trevas.
A massa de sombra golpeou o Brujah, queimando-o com um frio que provoca cicatrizes na alma e sugando seu sangue em torrentes!
O vampiro caiu completamente seco, porém ainda "vivo". Ela se recompos, ajeitando a blusa e os cabelos. E agaixou-se para dizer as palavras de misericordia.
"E agora? Quem vai vingar a sua amante e amigos!?"... O vampiro gemeu quase sem forças e em agonia. Aurora tirou uma adaga da calça e arrancou a cabeça do vampiro, levantando-a para o público frenético! Atirou-a para trás e desceu as escadas da gaiola em seguida. Sempre fina, sempre atenta, sempre mortal.



To be continued..."

Obviamente que isto acabou aí. Foi um fracasso infantil e divertido. Ponto.