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Monday, December 01, 2008

Twilight Aurora

Engraçado...lembrei que tinha escrito uma estorinha dessas de fórum(fanfiction ou whatever) no antigo(mas não velho) forum do Yatta! e decidi ir lá resgatar a historinha. Por sugestão, inconsciente e indireta, do meu sábio namorado que uma vez me disse: "essa galerinha jovem não faz backup de nada". Mas o que há de engraçado nisso? É que ele me deu de presente da aniversário um livro sobre vampiros chamado "Twilight"(Crepúsculo) e veja o título da estória, que inusitado: Twilight Aurora.
Não era nada de mais, realmente. Apenas algo que "vomitei" alí mesmo na página do fórum. Mas foi minha primeira experiência descrevendo uma batalha. Pra mim foi um total fracasso. Mas foi divertido. Claro que os leigos do mundo dos vampiros vão ficra meio perdidos no contexto da estória.

Bem...isso não é bem um backup. Mas no meu blog vai estar mais seguro que largada às moscas no fórum. Então...fasten your seat belts e abre aspas.

"Canto I - A Marcha das Criaturas fora do Tempo

Idade das Trevas. Durante a Revolta Anarquista.

Não foi há tanto tempo. Quando nós estávamos de volta ao começo, e ali ficamos... Esperando o inverno trazer com suas brisas gélidas boas novas sobre um fim menos miserável. Porque nós estávamos caindo em direção a este e já estávamos cansados demais para nos darmos conta. Mas os farrapos de esperança que nos restaram não eram suficientes para mais nada além de suprimir momentaneamente nosso emergente desespero, embora nos dessem força para continuar esperando.

Estávamos consumidos pelo cansaço, pela solidão, pelo frio, pela infindável dor e agonia... Pelo medo, pois tínhamos medo, apenas não podíamos entrar em pânico. Não cabia em nossos modestos direitos.

Estávamos em guerra há uma interminável marcha de anos, décadas, milênios. O tempo não era capaz de nos alcançar. Estávamos em guerra com nós mesmos desde o dia em que (re)nascemos e sentimos ainda com os corpos nus, os horrores que a simples existência já guardava para nós. E digo isto por aqueles afortunados que atravessaram a infância ou o quase traumatizante ofuscar do momento do parto ou do abraço, tendo ficado feridos e até inválidos, porém vivos.

Estávamos em guerra com o mundo e com tudo que possuísse matéria... e tudo que existisse pois, embora tivéssemos matado todos os ídolos, ainda restavam os sentimentos. E estes não nos valeriam de nada, pois nunca fomos humanos, tampouco animais. Talvez não fossemos sequer átomos. Éramos únicos e éramos poucos. Existíamos por razões desconhecidas, mas não pertencíamos a ninguém e não viemos ou iríamos a lugar algum. De repente, já não tínhamos certeza se existíamos. Mas uma coisa era certa... Onde quer que nós estivéssemos, afetaríamos a tudo e a todos.
Enfim, erguemos nossas lâminas afiadas pela dor e unimos nossos escudos endurecidos pela experiência, e marchamos ritmicamente em direção ao tão esperado fim que jamais chegara para acalentar nossas almas (se é que as temos). Então que seja. Até que esteja findo. Caminhamos em direção ao crepúsculo.


Zion.


Canto II - Alvorada


Idade Contemporânea. Winter. Londres, Inglaterra.

De calça jeans, blusa preta ao estilo gótico, tênis all star com cadaços cheios de desenhos de pequenos crânios e mal agasalhada em pleno inverno londrino, encontrava-se Aurora, em um beco escuro e úmido. Caminhava em direção ao Moonlight Mile, o antro mais clássico de vampiros, demônios, garous e criaturas tanto do dia quanto da noite, que já não andam abertamente entre os seres humanos nesta nova era antropocêntrica(ou assim se faz parecer).
Aparentemente não passava dos 20 e poucos anos de uma jovem saudável. Mas um fitar de olhos seria o suficiente para perceber a longa marcha de anos, décadas, séculos...que ela havia percorrido rija e inabalável.
Quanto tempo tinha agora? 300 anos desde o abraço?... Obviamente era dotada de uma experiência refinada.

O Sol começava a se levantar por trás das nuvens, bem às suas costas. Ela parecia não dar muita importância, mantinha o passo firme. Mas não havia mesmo com o que se preocupar, já estava próxima da segurança.
Por fora, realmente, o Moonlight Mile, pareceria um pub qualquer....e por dentro também. O que importava mesmo eram os fundos e o subterrâneo.

O dia começara...

Aurora entrou no Dimitri's Café e seguiu até a porta dos fundos onde lia-se em letras claras e grandes V.I.Ps (Vampiros, Imortais, Psíquicos e sobrenaturais em geral. Dimitri era dotado de um humor obscuro). Passou pela porta onde seguia um corredor de tijolos, estreito e escuro onde ao fim não havia saída...apenas um espelho. O Seele Spiegel ou Espelho da Alma. Esta era a verdadeira entrada para o único lugar onde uma única regra era válida: não há regras(teoricamente falando).
Aquele que se prostrar diante do espelho verá a sua alma em seu reflexo. Mortais comuns não resistem a este olhar e acabam tendo suas almas aprisionadas no espelho. E mesmo o mais inabalável dos imortais, perde a postura após olhar para o espelho por mais de 10 segundos.
Mas Aurora tinha passe livre pelo espelho...ela podia simplesmente atravessá-lo e chegar ao outro lado como se fosse uma porta qualquer, e assim o fez. Isto é por que ela pertence ao clã de vampiros conhecido como Lasombra. Estes vampiros, manipuladores das trevas, não possuem reflexo...e acredita-se que a própria matéria que os constituem em corpo e alma é feita de sombras. Alguns chegam até mesmo a acreditar que estes seres não possuem alma. Adentrar a escuridão é um luxo do qual Aurora podia usurfruir...constantemente.

Eis o bom e velho caos encarnado. Vampiros e garous jogando pôquer, médiums se embebedando, demônios estuprando fadas em melodiosas paródias sexuais em quartos privados...
O Moonlight Mile organizava-se mais ou menos assim... No primeiro andar a pista de dança, o bar, a área pública. No segundo andar, quartos e áreas reservadas. No subsolo... a gaiola.
No subsolo não há uma lei que governe...e não há um regente. Mas todos sabem que lá dentro seitas, como as vampíricas Camarilla e Sabbat, não valem nada! ou que sua autoridade servirá apenas a ti próprio. Cada um mantêm suas próprias tradições a gosto. Mas se algo acontece nos outros dois andares, e alguém quer acertar as diferenças... é para gaiola que eles vão. Um ring onde a luta acaba com a submissão ou com a morte. Uma vez dentro dele...vale tudo!
E era para lá que Aurora seguia.

Centenas de criaturas agarravam-se as grades, gritavam, praguejavam e amaldiçoavam ordenando que a luta começasse. Um homem alto e robusto, vestindo um sobretudo e uma calça de couro preto, estava parado, leonino, no centro da gaiola sem dar a mínima para aqueles animais em volta.
Aurora agarrou-se na grade próxima a porta e com um impulso adentrou o ring...observou o homem de costas para ela por alguns breves segundos e estalou os dedos, deixando escapar um sorriso discreto e maquiavélico.
"Está atrasada!", disse o homem, virando-se para ela.
Ela permaneceu em silêncio, apenas a fitá-lo com aquele olhar afiadamente penetrante.
Finalmente ele avançou em sua direção rugindo em frenesi. E ela graciosa e velozmente saltou desviando e agarrando-se nas grades do topo, mas olhando para seu adversário.
"Esta luta é desnecessária, Gerard! Desista!", ela disse com um tom de benevolência.
O homem foi tomado por um acesso de raiva, um surto de fúria indomável.
"AURORAAAA!!!!!!!"
"Então que seja", pensou Aurora, largando-se das grades e caindo de braços abertos em direção ao vampiro. Ele saltou em sua direção e os dois chocaram-se de frente, ambos usando suas disciplinas de Potência, caindo no chão da gaiola. O Brujah, Gerard, virou-se por cima de Aurora e socou-a, afundando sua cabeça no chão e em seguida envolveu seu pescoço e a ergueu até que os pés não tocassem mais o chão, em frente a si.
"Quem é que vai desistir agora, hein!? Sua vadia desgraçada!!"
Aurora tentava recobrar os sentidos enquanto ouvia a voz, que mais parecia um rosnar, do vampiro.
"Isto é por Salomé e os outros!", disse o vampiro abrindo o punho direito e esticando o braço para trás, preparando-se para perfurar o coração de Aurora com a própria mão.
"Eu avisei..." disse Aurora abrindo os olhos, agora completamente negros, e abrindo a boca ferozmente, fazendo seus caninos crescerem. E em uma fração de segundos, ela usou a mais poderosa disciplina dos Lasombra, a Tenebrosidade. Tendo escolhido a Escuridão Interior como seu golpe, ela expeliu pela boca a suas próprias trevas.
A massa de sombra golpeou o Brujah, queimando-o com um frio que provoca cicatrizes na alma e sugando seu sangue em torrentes!
O vampiro caiu completamente seco, porém ainda "vivo". Ela se recompos, ajeitando a blusa e os cabelos. E agaixou-se para dizer as palavras de misericordia.
"E agora? Quem vai vingar a sua amante e amigos!?"... O vampiro gemeu quase sem forças e em agonia. Aurora tirou uma adaga da calça e arrancou a cabeça do vampiro, levantando-a para o público frenético! Atirou-a para trás e desceu as escadas da gaiola em seguida. Sempre fina, sempre atenta, sempre mortal.



To be continued..."

Obviamente que isto acabou aí. Foi um fracasso infantil e divertido. Ponto.

4 comments:

Rebecca Prado said...

just Perfect!
fracassos nem sempre são ruins pense nesse como apenas um rascuho....

Anonymous said...

Primeira publicação em abr/2008 [?], mas só conheci agora, neste blog. Não vi 'fracasso' algum. É uma temática da qual eu gosto e que poderia ser mais desenvolvida para que nós leitores não tivéssemos que nos contentar com um "To be continued..." seguido de um "isto acabou aí". De qualquer forma, também sei com são histórias inacabadas ou que podem se prolongar demais. Compreendo. Boa ambientação. Para quem já era fã, fiquei mais fã ainda. Te amo. Bj.

Lay said...

Concordo com os dois de aqui de cima... não vejo fracasso, é um bom texto que pode ser reescrito e bem posto.
Bye. Luv u.
Lay.

Ana said...

Honrada de viver Aurora!